Desço em queda livre e deixo-me cair no mais
puro algodão, que amortece e torna tenro e terno
o aterrar. uma bola imensa que me envolve... uma
placenta confortavel e aconchegante que, num
ápice, se esfuma e fere com picos de rosa. toquei
o chão e quero cair de novo. que o mundo acabe e
o espaço fique. que haja lugar. sem mais. sem
tudo o resto. O que alcanço não é o que desejo.
quero o que está para lá mas não quero lá
chegar. o percurso é sinuoso e o cansaço da
última viagem deixou marcas pelo chão. se alguem
houver que as siga - recuso-me a visitas
guiadas! - mas deixo-me guiar no turbilhão,
para acabar perdida entre as correntes que me
engolem e os membros que não respondem. custa-me
respirar. perdi o fôlego.
talvez em bicos de pés consiga tocá-lo. a margem
ao alcance de um abrir de braços... e não
consigo vê-la!
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