segunda-feira, julho 03, 2006

Correntes de ar...

Desço em queda livre e deixo-me cair no mais puro algodão, que amortece e torna tenro e terno o aterrar. uma bola imensa que me envolve... uma placenta confortavel e aconchegante que, num ápice, se esfuma e fere com picos de rosa. toquei o chão e quero cair de novo. que o mundo acabe e o espaço fique. que haja lugar. sem mais. sem tudo o resto. O que alcanço não é o que desejo. quero o que está para lá mas não quero lá chegar. o percurso é sinuoso e o cansaço da última viagem deixou marcas pelo chão. se alguem houver que as siga - recuso-me a visitas guiadas! - mas deixo-me guiar no turbilhão, para acabar perdida entre as correntes que me engolem e os membros que não respondem. custa-me respirar. perdi o fôlego.
talvez em bicos de pés consiga tocá-lo. a margem ao alcance de um abrir de braços... e não consigo vê-la!

Sem comentários: